22/07/2009

Pictures: Parte I

Olá! Bem vindos a mais um capítulo de Back To Singlefins. Ao longo dos anos na minha aprendizagem ao mundo do surf, desde o começo eu fui acumulando fotos retiradas de sites e diversos. Tive o prazer de acumular mais de 2.500 fotos só do surf antigo, e cá estou compartilhando um poucos destas para vocês:


George Downing, North Shore, 60's.


Walter Hoffman, Makaha, 1953.


Simpatizantes, Waimea Bay, 1962.


Peter Cole, Waimea Bay, 60's.


Ted Crane, Makaha House, 1953.


Desconhecido, Makaha, 60's.


Turistas, Waikiki, 30's.


Desconhecido, Waikiki, 30's.


Wally Froiseth, Makaha, 1953.


Desconhecidos, Waikiki, 50's.


Desconhecido.


Waikiki, 50's.

18/07/2009

Contato com a Ilha

Muitos surfistas, ou melhor, quase todos sonham em viajar ao Hawaii, pegar a sua prancha e ir direto a Pipeline ou Off The Wall, pegar suas ondas, respeitar os locais (obrigação querendo ou não), sentar na areia de Waimea e depois ir embora falando que aproveitou a ilha ao extremo. Por favor, de todas as oportunidades que lá oferece, fazendo o que eu havia dito, você estará aproveitando apenas 1% de toda a ilha. Sim, chegue à ilha e faça aquele surf esperado pela vida toda, mas não limite-se a isso, Hawaii tem muitas portas abertas para os surfistas não-plásticos, há uma sopa de cultura e história borbulhando nele.

Vá ao Bishop Museum e sinta o cheiro de uma cultura esquecida e linda, converse com alguém importante de Moana Hotel que este alguém te deixará de queixo caído de tantas histórias que rondam os corredores, atravesse a rua e vá para o Outrigger Canoe Club e faça amizade com os praticantes, pegue um pranchão de madeira e vá para Waikiki surfar ao lado de Diamond Head, aprenda algumas palavras do dialeto hawaiiano, escale um coqueiro e coma um abacaxi dos campos perto da costa norte, converse com o cidadão mais velho, coma uma comida típica da ilha e não comercial, nade um pouco em Makaha, medite nos areais de Waimea que lá tem forças além do imaginável – não apenas dos tempos modernos, mas também nos tempos dos sacrifícios humanos –, aprenda um pouco de Ukelele, tome um pouco da bebida enfermentada de abacaxi, converse com Peter Cole ou Ricky Grigg cujo surfistas ainda surfam em ondas grandes e aprendam a realmente ver o surf nestas ondas.


Desculpa a minha ignorância, mas só lhe encomendei 5% do que a ilha nos oferece, a iniciativa é 100% sua, estamos falando em estatística aqui, meu caro.

Obrigado.

08/07/2009

Um dia de inverno

Pessoal, amigos e amigas, estudantes e trabalhadores, durante este mês de Julho irei ficar ausente devido às férias de Julho às quais os tão merecidos estudantes recebem. Pretendo mostrar a vocês um pouco do espírito de surf em um dia de inverno de Santa Catarina, sendo acompanhado pelo meu comparsa Rafael Bolsoni, vulgo Rato.



Esses dias eu estava conversando pelo orkut com o meu amigo carioca Wady Mansur, um dos homens a viver a época dourada do surf na década de 60 e 70 e um dos primeiros a surfar na Guarda do Embaú. Uma coisa que eu admiro é que ele ainda é um dos manda-chuvas do arpoador, com tanta energia e paixão na modalidade, depois desses anos todos. Eu escrevi para ele um dia de inverno que vivi na praia da Galheta (Laguna) junto com meu comparsa Rato, foi mais ou menos assim as minhas férias de Julho de 2007:




Era uma segunda feira, depois de ter pagado 15 reais de passagem na rodoviária de Criciúma, estávamos rumo a Laguna sem passagem prevista de volta. Chegando lá com nosso rancho de comida movido basicamente de pizza, pegamos um taxi para a balsa onde os nossos rostos de jovens com barba bem feita nos ajudavam a arranjar carona, nem que fosse em cima da caçamba de um caminhão velho. A carona era limitada, “Pode ser até a entrada da Galheta Sul que está ótimo, senhor!”. Descemos onde esperado, era fim de tarde, mais ou menos 6 horas. O caminho até a nossa casa era uns 300 metros na areia fofa, mas a nossa vontade de chegar nela era tanta que os 10kg de comida e roupas não eram pedra no nosso caminho.




Ihii, chegamos! “Bota a pizza no forno, Rafinha, que eu abro a casa”, eu dizia. “Colchão? Chéck! TV?! Chéck! Rancho?! Chéck! PRANCHAS?! Chéck!”. Pronto! Agora podemos passar duas semanas na praia independentemente do que for. Depois de comer a pizza, fomos preparar as nossas pranchas colocando parafina e tirando a poeira de cima delas. Com a veneziana do quarto aberta para ver o vento e o céu, às 10 da noite estávamos na cama dormindo ouvindo Men At Work e The Police.



As condições não podiam errar, era claro que eu tinha visto a previsão para a semana, estava tudo tão óbvio que o outro dia iria ser aquele dia de inverno que eu tanto esperava - para o Rato também. Às 6:40 o despertador toca, com muito esforço levanto da cama e boto a cara para fora da janela, como previsto era vento Sul e a Galheta Norte tinha que estar rolando. Acordei o “corpo” e fomos com um copo de café na mão até a área da Associação para ver as ondas, em minha opnião aquele dia foi um dos dias mais frio do ano, com a temperatura do ar a 8 ºC e a da água a 16 ºC.


Nossa! O famoso Balcão rolando depois de 3 anos ausente sem nenhuma onda . O Sol ainda na linha do horizonte confundia a nossa vista. Botamos o sleave gelado e pulamos das pedras. As ondas geladas estavam um metrão (dois metros e meio de frente) com uma formação mais perfeita do que eu esperava, passando de 40 segundos de duração, fácil!


Pegamos a primeira onda juntos. Uma das coisas que eu curto nas ondas de inverno é a atmosfera boa que nos passa. Com aquele cheirinho de fogão à lenha das cem casas de madeiras humildes e familiares que lá residem e o surf com os amigos.









Particularmente, aquele dia não apareceu mais ninguém no mar. Fiquei assim das 7 ao meio-dia na água. Depois de comer aquela comida, botei o colchão na rua e dormi nele, pois o Sol nessa época não é quente, e sim gostoso! Esse foi um dia de inverno!



“Se você comparar a mesma devoção de uma busca religiosa... Você acha que alguém o chamaria de um religioso fanático? Provavelmente não. Quando você considerar que o surf é realmente, mais do que tudo, uma fé e uma devoção à essa fé, se tornando supremo em sua vida... Não há nada como ser um surfista fanático.” Riding Giants.